ALICE

Lilypie Kids Birthday tickers

segunda-feira, 20 de março de 2017

Dia internacional da felicidade

Em dia de felicidade sai a notícia que Portugal é o país da Europa com os índices de felicidades mais baixos e o país que mais consome antidepressivos.
Vou falar de cor, pois nunca passei por uma depressão. Já tive momentos de grande infelicidade, desilusão e enorme tristeza mas nunca uma depressão. Talvez não seja, por isso, habilitada para falar.
De quem está por fora, digo que não percebo bem o recurso a antidepressivos e afins. Na minha ótica de quem nunca passou, as pessoas (raro as exceções que podem ser de foro neurológico) caem em depressão por uma ou duas ou três razões. Tomar medicação não altera a razão que levou à depressão, apenas adormece o corpo que está a sofrer. Caso não se trabalhe a razão e a nossa atitude ou reação em relação a essa, a depressão ficará para sempre...

Vou partilhar, de uma forma muito resumida e simples, uma história verdadeira que tem tanto de triste como de feliz:
Era uma vez um casal que num trágico acidente perdeu o seu único filho de 5 anos. Conheceram o inferno que qualquer pai teme e deseja nunca conhecer. Segundo eles viveram 6 meses numa profunda e inimaginável dor. A vida deles podia ter terminado ali, ninguém os acusaria ou acharia estranho. Juntos, venderam tudo e abandonaram a vida que tinham em Portugal. Juntos foram para Africa do Sul e num projeto retiram as crianças da rua e proporcionam-lhes educação. Esta foi a forma que arranjaram de lidar e ultrapassar a sua dor. Esta foi a forma de continuar a ter um sentido nas suas vidas.

Isto para dizer que raramente se pode evitar o que acontece, de bom ou de mau. A única coisa que podemos controlar ou escolher é a atitude ou comportamento que vamos ter para lidar com esse acontecimento.
Não deve ser fácil, nem sempre se consegue sozinho, mas cada um tem essa opção, a escolha do caminho a seguir. A medicação, só por isso, não resolve nada.
Sinto pena e tristeza de saber que há tanto recurso a antidepressivos, em camadas tão jovens, na minha geração (dos 40). Anos e anos de químicos e, na maioria das vezes, o problema sempre presente e nunca resolvido...

Pinterest


3 comentários:

Unknown disse...

Olá Cláudia! Há muito que não te escrevo, apesar de te seguir quase diariamente. Este texto, para mim, está muito bem escrito e é uma grande verdade. Apesar de ter tido uma espécie de depressão pós parto, nunca recorri a medicação. Sabia que, no meu caso, tinha sido a combinação de falta de descanso, com a fraca alimentação (porque preferia ir descansar, quando o meu marido chegava a casa depois do trabalho, a jantar) com as hormonas todas alteradas. Nem querendo sequer pensar em tal mas, agora que sou mãe, se algo acontecesse ao meu filho sei que iria logo atrás. Definharia com o desgosto. O Tiago está um bebé (quase dezoito meses) lindo, maravilhoso, grande, traquinas e meigo, muito meigo. Um grande beijinho.

CS disse...

Olá Sónia, gosto sempre de saber de ti ;) e do Tiago.
Obrigada pela partilha. Felizmente não sei o que são depressões pós-parto. Fico contente com quem supera os piores momentos e segue em frente mais forte.
Bj de coração

CS disse...

Pimenta, felizmente herdei da minha mãe a caraterística de ver as coisas pelo lado positivo. Poucas coisas me derrubam. Tenho canalizar as minhas energias para o que eu posso alterar, para aquilo que já tenho e para o amor que me rodeia. O resto, vai devagar... ou nem importa.
O povo português não é infeliz mas acho que muito insatisfeito (no mau sentido).