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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mundo real versus blogosfera

Os blogues e as pessoas que escrevem nos blogues e seguem os blogues acabam por fazer parte de um grupo, uma espécie de família. Nessa família temos familiares emigrados, temos contratados e efectivos, as engraçadas, as simpáticas, as dotadas na cozinha, as que adoram roupas, as que compram sapatos e mais sapatos, todas numa espécie de união feminina de elevada partilha, numa realidade virtual, tantas vezes verdadeira.
As pessoas que sigo ou que me seguem passam a fazer parte deste meu dia-a-dia no blog, já cheguei a emprestar algo meu a uma "familiar" que precisava. Não nos chegámos a cruzar, não foi necessário sequer nos vermos. Voltaria a fazer o mesmo, sem qualquer receio, à mesma ou a outra "familiar" que lançasse o apelo.
Depois vem o facto de vivermos fisicamente num espaço pequeno, onde nos cruzámos ou nos podemos cruzar. Algumas pessoas conseguimos identificar, outras nem por isso. Somos identificadas e nem sabemos. Andamos na rua e somos observadas sem o saber ou observamos sem saberem.
Ontem, pareceu-me identificar determinadas pessoas que fazem parte desta "minha família", pessoas que saíram dos seus blogues e pareceram reais, tão reais como eu e tinham rostos, vozes e movimentos reais. E eu não sou capaz de saltar a linha, saltar do computador e cumprimentar. Esta incapacidade deve-se à dualidade de sentimentos: eu conheço-as mas não as conheço. Eu sei o que fazem, como são as suas árvores de natal, de onde vieram ou para onde vão, mas não sei os seus verdadeiros nomes, os seus verdadeiros gestos ou personalidades. E não sei se me conhecem, ou melhor, se me "reconhecem" nos meus verdadeiros gestos, na minha voz ou na forma como caminho.
Aqui tudo parece tão fácil. Parece tão fácil dar a nossa opinião, mostrar parte do nosso ser. Na "luz do dia" e não sei quem são, nem sei sabem quem sou...
Desculpem-me... mas fico sempre sem saber como reagir e, muitas vezes, não sei mesmo quem são, um ou outro caso sei, mas não sei como cumprimentar...
Sinto que o primeiro passo (se existir) não será meu mas será, sem sombra de dúvidas, retribuído...

Blake Lively

9 comentários:

Kaipiroska disse...

Ontem foi uma situação engraçada e, sim, todas nós, umas mais outras menos, te conseguimos identificar.
Ficamos também sem saber se dizíamos alguma coisa ou não.
Cheguei a sugerir "olha, vamos lá desejar bom natal e boa viagem..." e houve risinhos envergonhados, mas sentidos ao mesmo tempo.
Não sei se viste, mas deixamos uma mensagem de natal no cartão dentro do cofre da conta. Acho que seria mais para ti que para B., mas os votos são sinceros e para ambos claro.
Sentimos claro um "carinho diferente" quando vamos ao "Reserva", quase como se estivessemos num restaurante amigo, se me faço entender.

Beijinhos e Boas Festas***

Ela disse...

gosto do anonimato fingido.
nem todos os mundos se devem misturar. Mas a verdade é que tu tens uma visão bem diferente da minha e isso já se vê pelo blog. sem qualquer tipo de crítica, tens uma necessidade de escrever as tuas coisas e "falar" com todos os que te seguem por aqui que no meu caso não se verifica. Levo dias sem o fazer e quando o faço, falo pouco sobre o que se passano meu dia-a-dia. Umas vezes por não as achar de interesse para falar aqui, outras porque simplesmente não quero. Reconheço alguns blogers que leio e sei que alguns sabem quem sou. Por isso mesmo, há coisas que, ainda que mínimas, quero-as minhas. para concluir, a minha maneira de encarar o blogue é diferente da tua o que faz que a minha ideia inicial "dos mundos que não se devem misturar" também deva ser diferente. Ou seja: ca-ga no que eu disse!

Só SOC disse...

Embora tenha o meu blog há pouco tempo já me sinto parte dessa família por partilhar todos os dias o meu dia-a-dia e o vosso (família). Apesar dessa família ser grande, parece pequena ao mesmo tempo, porque não conheç ninguem, nem mesmo as minhas amigas acompanham blogs ... parece um fenómeno tão próximo e ao mesmo tempo tão distante.
Parabens pelo blog.
Bj
SOC

Joana disse...

Concordo com tudinho :) Adorei! *

Neni disse...

Parece que padecemos todos do mesmo mal. A verdade é que nunca sabemos como é que o outro lado vai reagir e por vergonha, preguiça ou comodismo, deixamos passar, como se não conhecessemos, como se não fossemos as mesmas pessoas que escrevem estes blogues e que acompnhamos com cuidado e carinho. :)

Beijinhos e feliz Natal.

CoriscaRuim disse...

Olha mais uma que sofre do mesmo síndroma que eu...
...Apesar de reconhecer algumas pessoas, sou incapaz de transpor o limiar e ir ter com elas...
...Não sei se não se perderia a magia...
...Poderia até ser melhor...

...Em todo o caso, garanto que deixo sempre escapar um sorriso quando vejo uma blogger...
...Fazem parte da minha rotina diária...

CS disse...

Kaipiroska, eles mostraram-me o cartão e eu disse-lhes logo que devia ter sido para mim pois tinham assinado com os nomes dos blogues e só eu saberia o que significaria. Chamaram-me tola e disseram que era para eles. Pronto, deixei ;) Mas já mostrei o teu comentário a B. e ele mesmo assim afirmou que era para eles mas já a rir ;)

CS disse...

Ela, os nossos blogues são muito diferentes, tal qual nós somos diferentes. Eu sou mais pública, tu mais reservada ;)

POPITA disse...

Concordo com a Neni..."padecemos todas do mesmo mal"...ficamos "envergonhadas" sem saber o que esperar do outro lado, e com "medo" de perder aquela magia só nossa...acho que somos mesmo como uma familia, e que nos mostramos de uma forma verdadeira e própria, cada uma à sua maneira...e isto é muito bonito! Algum dia será o dia... e aí veremos...heheh!!